Anunciadas como uma “bala de prata” para resolver os problemas de trânsito em São Luís, as intervenções promovidas pelo programa Trânsito Livre têm causado desgastes para a imagem do prefeito Eduardo Braide (PSD).
A últimas das intervenções entregues, nos bairros do Calhau e Renascença, atingiu em cheio ao prefeito. Antes com ruas tranquilas e fluxo livre, a região foi invadida por veículos, levados pelo Trapézio do Calhau.
Numa tentativa de recalcular a rota, intervenções foram promovidas em vias internas do Renascença. No entanto, as ações dentro do bairro só agravaram os problemas de tráfego. A nova organização das ruas internas tem causado dor de cabeça para os condutores, que ficam parados e desorientados em meio à nova e confusa sinalização.
A situação é agravada pela presença de escolas e pela formação de longas filas de veículos nos momentos de entrada e saída dos alunos.
As falhas do Trânsito Livre não afetam apenas a área nobre. No eixo Cohab-Cohama, a intervenção no extinto Retorno da Cohab só serviu para complicar ainda mais a vida dos ludovicenses.
Na noite desta quarta-feira (26), por exemplo, a lentidão começava na região da Feira da Cohab e se estendia até depois do Elevado da Cohama. Isso sem levar em conta a Avenida São Sebastião, que, a exemplo das ruas do Renascença, sofreu um aumento súbito no fluxo de automóveis e precisou passar por outra obra não prevista, que só piorou o que já estava ruim.
O secretário de Obras e Serviços Públicos, David Col Debella, havia declarado na Câmara Municipal de São Luís que a reorganização dos retornos seria uma solução criativa para que a administração municipal não precisasse fazer obras mais elaboradas nesses locais, como elevados ou trincheiras. A economia, no entanto, tem cobrado seu preço, que é pago pela população que fica presa na lentidão do trânsito, seja dentro de carros ou pendurada nos insuficientes e lotados ônibus do sistema de transporte público.