Os preços de remédios vão ficar mais caros, e isso já pode acontecer a partir de hoje. A CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), órgão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), autorizou aumento anual de até 10,98% nos medicamentos em todo Brasil, segundo portaria publicada hoje no Diário Oficial da União. Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, diz que o reajuste deve ser diluído ao longo do primeiro semestre do ano. Cerca de 60% do impacto deve ser sentido em abril, 30% em maio e 10% em junho
De acordo com a portaria da CMED, as empresas produtoras de medicamentos deverão apresentar um relatório de comercialização ao órgão até 10 de abril para pode fazer o reajuste dos preços. A Câmara ainda poderá solicitar documentos ou informações adicionais para confirmação de dados ou esclarecimento de dúvidas. As empresas produtoras ainda deverão dar ampla publicidade aos preços de seus medicamentos, por meio de publicações em mídias especializadas de grande circulação, segundo a CMED. “As unidades de comércio varejista deverão manter à disposição dos consumidores e dos órgãos de proteção e defesa do consumidor as listas dos preços de medicamentos atualizadas”,
Como o reajuste é calculado O reajuste dos remédios considera o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do país, e mais três fatores, batizados de X, Y e Z. IPCA: inflação oficial do país acumulada de março de 2021 a fevereiro de 2022; Fator X: mede o nível de produtividade do setor farmacêutico; Fator Y: tem como objetivo medir os impactos de itens que estão fora do IPCA, para diminuir o impacto destes custos no setor; Fator Z: existem três valores (nível 1, 2 ou 3), definidos com base na concorrência do mercado. Se um remédio é vendido por apenas uma empresa, por exemplo, o reajuste vai entrar no nível 3, que é mais baixo. Agora, se existem uma série de laboratórios que fabricam o mesmo remédio, com mais concorrência, o reajuste é o maior de todos (nível 1)