O RIO GRANDE DO SUL vive uma tragédia sem precedentes. Pelo menos 83 pessoas morreram, mais de 100 estão desaparecidas e pelo menos outras 121 mil tiveram que deixar as suas casas após as chuvas no início de maio.
O número certamente será muito maior, já que metade do estado está debaixo d’água. Os impactos ainda são desconhecidos, mas o governador Eduardo Leite já afirmou que se trata da maior catástrofe da história do país e comparou a situação a uma guerra.
A situação é extrema – porém, não dá para dizer que seja inesperada. Há pelo menos 10 anos, um relatório da Presidência da República já apontava chuvas acentuadas no Sul do Brasil em decorrência das mudanças climáticas. O documento também chamava atenção para a necessidade de sistemas de alerta e de planos de contingência.
O relatório “Brasil 2040: cenários e alternativas de adaptação à mudança do clima”, encomendado em 2014 pela gestão de Dilma Rousseff, do PT, apresentava resultados dramáticos. Elevação do nível do mar, mortes por onda de calor, colapso de hidrelétricas, falta d’água no Sudeste, piora das secas no Nordeste e o aumento das chuvas no Sul.
O estudo – que analisou impactos em infraestrutura, agricultura, energia, entre outros – foi feito por vários órgãos de pesquisa do país e custou R$ 3,5 milhões.
Seu objetivo era propor medidas para a chamada adaptação climática. Ou seja, minimizar os impactos negativos das mudanças inevitáveis. Só que o estudo foi engavetado no próprio governo Dilma e, depois, ignorado pelas gestões seguintes.
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(Reprodução: intercept.com.br)